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Computadores ainda não superam os humanos na medicina

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Computadores ainda não superam os humanos na medicina

Os programas de inteligência artificial criados para identificar e diagnosticar doenças ainda não são capazes de igualar, e muito menos superar, os humanos no campo da medicina, é o que diz um novo estudo da Escola de Medicina de Harvard.

O estudo realizado por essa universidade dos Estados Unidos, que foi publicado pela revista “Archives of Internal Medicine”, indica que o rendimento dos médicos é muito superior ao das máquinas, e que os primeiros fazem um diagnóstico correto em mais que o dobro das vezes que 23 aplicativos de uso comum para revisões de saúde.

Os erros de diagnóstico respondem a uma falta de reconhecimento de uma doença ou a uma demora na detecção da mesma.

Ao longo das duas últimas décadas, listas de controle baseadas em computadores e outros aplicativos digitais de segurança foram cada vez mais utilizados para diminuir os erros de medicação e facilitar os protocolos de prevenção de infecções.

Recentemente, os especialistas se perguntam se os computadores também podem ajudar a melhorar os diagnósticos clínicos e a reduzir os erros de diagnóstico.

Todos os anos, centenas de milhões de pessoas usam programas da internet e aplicativos para apurar seus sintomas e realizar um autodiagnostico.

No estudo, foi solicitado a 234 médicos que avaliassem 45 casos clínicos, com a intervenção tanto de condições comuns como não comuns, com diferentes graus de gravidade.

Para cada situação, os médicos tinham que identificar o diagnóstico mais possível junto com outros dois possíveis diagnósticos adicionais. Cada quadro clínico foi resolvido por pelo menos 20 médicos.

Os profissionais da medicina superaram os aplicativos ao detectarem os sintomas com um primeiro diagnóstico correto em 72% das ocasiões, em comparação com os 34% obtidos pelas plataformas digitais.

O total de médicos que fez um diagnóstico correto em suas três primeiras opções chegou a 84%, em comparação com 51% dos verificadores de sintomas digitais.

A discrepância entre o médico e o rendimento das máquinas ficou mais evidente nas situações mais severas e menos comuns, enquanto a margem foi mais curta com as doenças menos graves e mais comuns.

“Enquanto os softwares são claramente inferiores aos médicos quanto à exatidão do diagnóstico, será fundamental estudar as futuras gerações de programas de computador que podem ser mais exatos” disse o pesquisador principal do estudo, Ateev Mehrotra.

Independentemente de superar as máquinas, os médicos ainda cometem erros em cerca de 15% dos casos, por isso os investigadores dizem que o desenvolvimento de algoritmos baseados em computadores para serem utilizados na tomada de decisões dos humanos pode auxiliar na redução dos erros de diagnóstico.

“O diagnóstico clínico é atualmente mais uma arte que uma ciência, mas há uma grande promessa por parte da tecnologia para ajudar a aumentar os diagnósticos clínicos” disse Mehrotra.

“Essa é a verdadeira proposta de valor dessas ferramentas”, concluiu o pesquisador.

Fonte: Computerworld
Foto: Shutterstock

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