Armazenamento em nuvem contribui para melhor entrega na saúde
O mercado global de armazenamento de dados na nuvem, na área da saúde, alcançou um valor impressionante de US$ 47,8 bilhões em 2023 e projeções indicam que, até 2030, chegará a US$ 153,1 bilhões. As cifras refletem um crescimento anual estimado em 15,8%, conforme dados fornecidos pela consultoria Research and Markets.
Esse aquecimento do mercado de cloud no setor da saúde está em linha com uma tendência global impulsionada pela demanda crescente por acessibilidade, segurança e eficiência nos processos de gerenciamento de dados clínicos. Neste contexto, surge o conceito de saúde como serviço ( Saas ou, em inglês, health as a service), onde um pacote abrangente de soluções de software e gerenciamento de dados é oferecido às instituições de saúde e cuidadosamente gerenciado pelos provedores de serviços.
A flexibilidade oferecida pela nuvem digital permite ajustes dinâmicos nos recursos computacionais e de armazenamento, conforme a demanda. Com o ônus da infraestrutura de TI transferido para o provedor de nuvem, as instituições de saúde podem desfrutar de atualizações e manutenção em tempo real, simplificando operações diárias e mitigando riscos de paralisações e erros.
Migração para armazenamento em nuvem e seus impactos
A migração para a nuvem no setor da saúde é impulsionada por benefícios em comparação aos serviços tradicionais, principalmente pela redução dos custos operacionais associados à manutenção de infraestrutura local de TI.
Ao adotar a nuvem, hospitais e clínicas podem eliminar despesas com aquisição de hardware, atualizações de software e equipe especializada na manutenção de servidores. Os recursos que seriam utilizados nesta parte podem ser realocados para áreas críticas, como aprimoramento da qualidade do atendimento ao paciente e investimentos em tecnologias médicas avançadas.
Além dos custos de TI, é preciso considerar os impactos financeiros e reputacionais de uma possível paralisação do sistema de um hospital ou violações de conformidade. A nuvem, quando implementada com as medidas de segurança adequadas, oferece um ambiente mais seguro e confiável para dados sensíveis de saúde. A partir de um sistema de segurança mais robusto, facilita a conformidade com regulamentações como LGPD e CDC.
A percepção de que a infraestrutura física dentro da instituição garante a segurança dos dados é ultrapassada e tem levado hospitais no mundo inteiro a lidar com frequentes sequestros de dados e incidentes de segurança. Exemplos recentes de ataques cibernéticos a hospitais nos Estados Unidos destacam a importância da segurança oferecida pela ferramenta, onde uma empresa especializada no tratamento de dados desempenha um papel crucial na prevenção de riscos.
Otimização de segurança de dados
A transferência de plataforma gera ganhos na eficiência operacional, com atualização e manutenção em tempo real, maior disponibilidade, escalabilidade sob demanda, e liberação do time de TI para tarefas estratégicas e projetos inovadores da instituição, segundo Andrey Abreu, diretor corporativo de tecnologia da MV – especialista em softwares de gestão para a saúde.
A percepção de que a infraestrutura física dentro da instituição garante a segurança dos dados é ultrapassada e tem levado hospitais no mundo inteiro a lidar com frequentes sequestros de dados e incidentes de segurança. Exemplos recentes de ataques cibernéticos a hospitais nos Estados Unidos destacam a importância da segurança oferecida pela ferramenta, onde uma empresa especializada no tratamento de dados desempenha um papel crucial na prevenção de riscos.
Analisar a relação custo-benefício é primordial. No caso de pequenas e médias empresas principalmente, já existe no mercado, a modalidade “pay per use” de nuvem – modelo de precificação no qual o cliente paga apenas pelo uso real ou pela quantidade de serviço consumido – alternativa que pode facilitar a adesão ao serviço de modo que enxaixe no orçamento da organização.
Mentalidade resistente à nuvem
No Brasil, muitas instituições de saúde ainda resistem à migração para a nuvem, especialmente fora dos grandes centros urbanos, devido à infraestrutura de TI subdesenvolvida e à qualidade variável dos serviços de rede em muitas regiões do país.
Para Abreu, a migração para a nuvem no setor de saúde brasileiro exige uma mudança de mentalidade em relação à diversos fatores, mas o principal é sobre segurança de dados. “Existe um grande potencial para revolucionar o setor, com a saúde mais acessível, conveniente e personalizada. No entanto, para que esse modelo se torne mais popular e alcance sua plena forma, é essencial superar alguns problemas, principalmente a resistência quanto a mudança do modelo e a infraestrutura interna sucateada na maior parte dos hospitais brasileiros”, enfatiza.
A empresa explica que, quando uma operação é transferida para este tipo de plataforma, é preciso avaliar a a infraestrutura de computadores, equipamentos, serviços de rede interna e internet externa para aproveitar os benefícios que a nuvem proporciona na sua totalidade. “Pode ser necessário aprimorar as máquinas. Sem os requisitos básicos atendidos, a experiência oferecida pela nuvem, pode ficar comprometida”, alerta.
Fonte: Saúde Business